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É recente o desafio de fazer os jovens se apropriarem das leis que os defendem. Atualmente, vivemos um avanço democrático onde a ordem legal de direitos construída nas últimas décadas se instala, mesmo que morosamente, no que se refere às práticas executivas de Assistência Social, Educação, Saúde, Segurança e Moradia, e novas práticas protagonizadas por crianças e jovens tem ganhado espaço.

Um dos temas em destaque deste número 24 da Revista DESidades é o artigo Análise da produção bibliográfica em livros sobre a infância e a juventude na América Latina: atualizações e novos horizontes, fruto do trabalho realizado por pesquisadoras do NIPIAC que atualiza, até 2018, a pesquisa realizada em 2015 pela própria equipe da Revista DESidades, trazendo novos dados sobre o processo de veiculação dos conteúdos acadêmicos e científicos sobre o tema da infância e juventude.

Desenham-se hoje outros cenários sobre a posição das crianças no mundo. Mudanças profundas converteram nossa maneira de percebê-las e tratá-las. A visão sobre a infância como um momento biográfico cujo valor reside justamente na sua superação, ao deixar para trás qualquer indício do ‘infantil’, é considerada anacrônica.

2017 não pode ser celebrado como um ano favorável para a vida das crianças e jovens latino-americanos. Em muitos destes países o avanço de políticas neoliberais já trouxe, e aprofundará mais ainda, efeitos nefastos sobre a população infanto-juvenil.

Frequentemente as injustiças se disfarçam na trama social, quando é mais difícil se dar conta de algumas situações injustas que clamam por mudanças na sociedade. O processo de “familialização” das crianças e jovens, termo usado para descrever a invisibilidade destes atores na dinâmica social a não ser pela ótica de seu pertencimento familiar, determina também a “familialização” das responsabilidades e de uma ética de cuidado em relação à população de crianças e jovens.

De um lado, o imaginário social fantasioso de que nada pode ser mais importante do que ser jovem; de outro, a condição real da juventude marcada por relações violentas e desumanizadas com os adultos.

Em uma sociedade que se quer democrática, a participação de todos e todas não é somente desejável como fundamental. No entanto, alguns segmentos sociais, como o das crianças, ainda se encontram alijados de seus direitos políticos.

As crianças do/no campo não são uma presença frequente nas pesquisas sobre infância. Como resultado de uma convocação pública sobre o tema, a revista DESIDADES tem o prazer de trazer nesta edição o dossiê “Infâncias no/do campo na América Latina” organizado por quatro pesquisadoras, do Brasil e da Argentina.

Em tempos de grandes mudanças históricas e sociais, com consequências nas práticas e no laço social, encontramo-nos, hoje, num constante processo de elaboração de nossa posição na vida e resposta ao outro.

Nesta 15ª edição muito nos leva à infância – à convivência das crianças no espaço escolar e às interrogações sobre a produção de sentidos que nele se estabelece. Ainda que distintos em suas abordagens, os textos confluem no sentido de trazer à vista a importância da expressividade do viver na mobilidade dos corpos e das ações em sua relação com o ambiente. Embora distante da temática escolar, mas ainda em consonância à importância do ‘estar vivo’, o segundo artigo é abordado a partir de uma falha ambiental inegociável: a desigualdade, refletida na desnutrição e pobreza da infância maia guatemalteca.